Tuesday, February 26, 2008

"... Que Deus me ajude a lidar com a Minha Liberdade! ..."

Foram mais ou menos estas palavras que me marcaram no filme Elizabth: A Era de Ouro (foto). A vida sobre a Rainha Elizabeth que conta a história da Rainha Virgem, mulher poderosa que acabou morrendo solteira e sem filhos. Em seu reinado foi invadida pelos Espanhóis Católicos e após vencer a batalha deu a Inglaterra um longo período de prosperidade. O roteiro é muito bom e a fotografia é ótima! Como disse José Wilker na entrega do Oscar 2008; “_A própria Cate Blanchet, atriz principal, já é uma caricatura”.

Durante o filme comecei a pensar sobre minha jornada de mulher, sobre eu estar solteira e cercada de homens, sobre ser inteligente e emotiva, sobre a inconstância do amar e ser amando. Por coincidência eu havia ido sozinha ao cinema depois de anos. Eu não quis voltar para casa porque chovia muito, o trânsito estava intenso e as luzes do outro lado do lago estavam apagadas. O que eu iria fazer em casa no escuro? Peguei um atalho direto para o Cinema da Academia de Tênis.

Não quero contar o filme _apesar de ser uma ótima indicação, quero falar de mim. Quando vi aquela mulher sendo pressionada pela corte para se casar e ter filhos me transportei para tela. Ela também não encontrava bons pretendentes, apareceram alguns bajuladores abobados e interesseiros. Eles não estavam de fato preocupados com ela, mas sim com aquilo que ela representava. Um outro clandestino ousado invadiu a segurança e contou a rainha suas estórias de pirata _ estes “meio maluquinhos que nos decifram a alma”, que não podem pertencer a nossa realidade e cheios de aventuras vividas sempre chamaram a minha atenção. Ele também chamou a atenção dela e ela permitiu que ele se aproximasse. Com a possibilidade eminente de descobrir novos mundos e se entregar a um mar de emoções inesperadas ele nos encantou a mim e a Elizabeth. Para ser mais parecido com um damalhão já vivido em meu passado, ele deitou-se com a melhor amiga dela e juntos tiveram um filho...

Em uma cena lá estava ela no espelho percebendo suas rugas que começavam a aparecer _as minhas estão a caminho. Nesta hora sentimos o peso do tempo e precisamos contextualizar novamente a beleza feminina. Via-me refletida em vários outros pontos, como luta pela liberdade de crença e justiça, mas foi vontade de fazer um povo melhor em detrimento de sua vida pessoal e a capacidade de perdoar o que fez com que eu a admirasse. E ao final do filme ela falou através de um monólogo sobre nós duas, falava da solitária e difícil cruzada para vencer a tudo e a todos.


Tinne Fonseca _ A Imperatriz

1 comment:

Milla said...

Viajei no teu blog hoje.. Fui parar em 2005, como vc havia comentado, sobre o texto da Rosa do pequeno pricipe...Porém encontrei diversos textos e imagens que me apaixonei!... De novo... rs...

Em relação a este filme, agora fiquei curiosa. Toda mulher tem em si um lado guerreira, um lado cheio de armas e artimanhas... Sexo frágil é o masculino. Pra força feminina não há medidas...

Obrigado por me linkar, fico até lisongeada. Vc já está no meu há um tempo, o que facilita as minhas visitas.

grde beijo!!