Thursday, February 07, 2008

Quarta-Feira de Cinzas

Está frio aqui, frio por fora e quente por dentro. Fervilham pensamentos e emoções contraditórias. Meu sangue parece ralo, aguado e fraco. Não quero ter que cozinhar só pra mim hoje.
Os dias parecem noites sombrias, não vejo o Sol. Ele talvez esteja aparecendo quando eu estou dormindo, só para acordar os bichos e depois vai embora.
O galo avisa o final da madrugada, os passarinhos sinalizam os primeiros raios de luz e o cachorro denuncia que as pessoas estão de pé. E eu, por vezes, ainda acordada e tentando não emitir barulho algum.
A noite permanece o tempo da duração de um dia, assim seguem noites vividas como se fossem dias. Elas são claras e iluminadas artificialmente ou pelo clarão das nuvens carregadas.
Ontem senti a tempestade chegando, chegou tão forte que o início da tarde ascendeu os postes da rua. Nem os meus olhos reconheceram as horas, nem o sensor automático conseguiu distinguir seu comando para funcionar. E ligadas ficaram as lâmpadas alaranjadas entre as águas.
Funcionar? Pouca coisa aqui consegue fazer isto. O telefone e a Internet não funcionam, foi um raio. A máquina de lavar e seus botões de quente e frio... Como isso funciona? Meu celular funciona sim, apenas descarregou e esqueci onde coloquei o carregador. Devo ter deixado na minha sala, passei lá estes dias para matar a saudade. Minha cabeça, acho que ainda funciona, não tenho certeza.
Pelo menos meu carro está arrumando e funcionado, passei quatorze dias sem carro. Um imbecil conseguiu bater na porta do meu carro quando ele estava parado. Sobre isso eu nem quero falar, basta dizer que meu querido carro zero tem apenas seis meses de uso.
Eu não precisei ir trabalhar depois do meio dia, volto apenas na próxima Segunda-Feira. Tenho que resolver meu sério problema de encontrar de fato o meio do dia, o início da noite e aceitar levantar-me com o despertador nos próximos meses. Essa é uma tarefa difícil, principalmente depois de um mês de férias.
Ficar em casa me deixa preguiçosa, como um urso polar ibernado. Eu literalmente escondida na caverna, no que eu chamo de "minha roça". Uma casa num bairro nobre aonde o vento faz a curva e as pessoas não andam na rua. As casas parecem de novela, gente e vida só aparecem pra mim na TV... E a propósito, não consigo passar muito tempo assistindo televisão!
Trinta dias atoa, alguns quilômetros rodados, algumas fotos, alguns gastos, novas receitas e uns quilos a mais. Não posso tirar férias deste jeito, isso não me faz bem Preciso mesmo de produção em ritmo acelerado, sou fleumática.
Hoje é Quarta-Feira de Cinzas, início da Quaresma. Estou precisando mesmo iniciar qualquer coisa. E freqüentar novamente a academia, claro! Faltam só quatro dias de chuva para eu voltar à minha rotina, talvez seja melhor aproveita-los do jeito que Deus quiser!


Tinne Fonseca _ A Imperatriz

1 comment:

Anonymous said...

Vlw a visita, qdo quiser voltar será bem vinda..
bom fim de semana