Sunday, February 25, 2007


Quem somos nós...

(reflexão sobre o Filme que fala sobre Física Quântica e o Comportamento Humano)


A consciência é o discernimento de si próprio, o reconhecimento do produto do espírito que entra na matéria densa. E é mais fácil deixá-la de lado. A concepção de como a realidade funciona é moldada pela religião, mesmo quem se matem afastado dificilmente age sem sofrer as conseqüências destas regras impostas à humanidade. A maioria das pessoas imagina Deus como alguém que nos registra em seu computador pontuando nossas boas ou más atitudes, como se registrasse nossas ofensas a Ele. Isso é um ultraje. Como nós pedíramos ofender a Deus? Por que ele poderia nos condenar a uma eternidade de sofrimento? Estas idéias estão apegadas aos medos, inseguranças e as limitações pessoais de cada um. Por isso a religião tem o poder de controlar as pessoas pelas promessas de castigo. Estamos muito ocupados com nossas emoções para poder sonharmos com possibilidades infinitas e talvez seja esta a verdadeira conspiração do Universo. Enquanto nos prendermos a idéia separatista das religiões, como esta ou aquela sendo a correta, isso estará travando o nosso processo de evolução espiritual. Deveríamos direcionar nossa espiritualidade para um senso de unidade.

A razão de ter algum vício pela religião muitas vezes está relacionada vontade de se livrar de algum erro, isso não diminui a importância de Deus porque estamos querendo ser eternos e absolutos, em nossos corações e em nossas mentes queremos nos empenhar. Porém garantir que alguém vai cuidar de nós não nos abstém das nossas responsabilidades, muitos engolem isso passivamente e se ausentam da própria grandeza de fazer o que deve ser feito. Não devemos culpar a religião, mas as nossas próprias inseguranças que permitiram a religião florescer. Permitiram vários sistemas de pensamentos que nos tiraram o poder no decorrer da história humana e nós não conseguimos sair disto.

Vivenciar alguma coisa hoje é liberar uma carga emocional grande podendo nos deixar desconectados da realidade e de como as coisas realmente acontecem. Isso abre as portas para a sensação do livre arbítrio e não viola a ciência moderna. Como quando sonhamos o nosso cérebro não faz a diferença se aquelas situações foram vividas enquanto estamos acordados ou não. O cérebro não sabe a diferença entre o que vê e o que lembra. As várias sinapses em rede atuando mutuamente trazem a tona memória e capacidade para ações influenciadas por situações armazenadas anteriormente e podem se reconectar criando novas perspectivas de percepção ou de comportamento. Podemos sempre recriar conceitos por aquisição de informações e experiências que se acomodam no nosso cérebro de acordo com nossas interpretações.


O Que nos diferencia das outras espécies é a proporção do nosso Lóbo Frontal para o resto do cérebro. O Lóbo Frontal é onde está à soberania do cérebro humano, nos permite fazer distinções e mudar de idéia. É o altar onde depositamos o nosso pensamento. Consiste na área responsável por firmar nossas intenções, pela tomada de decisões, fazermos escolhas diferentes das que já fizemos no passando, pelo comportamento, pela inspiração, é o que faz pegar as informações do nosso ambiente e processá-las para guardá-las. O cérebro constrói seu conceito pela lei da memória associativa. Idéias pensamentos e intenções são correlacionadas e tem interações possíveis umas com as outras. E através da observação, como medida quântica que produz memória, que percebemos alguma coisa depois de nos refletir no espelho da memória e este reflexo nos dão à sensação de Eu.

Toda vez que sofremos interferência no processo de pensamento produzimos uma resposta química para o corpo. Somos fisicamente, emocionalmente e quimicamente seres humanos. Este uma química que combina com cada estado emocional que vivenciamos. Isso só se torna uma limitação quando ficamos acessando sempre as mesmas emoções e repetido os mesmos comportamentos no nosso cotidiano e não vamos a lugar algum em termos de mudança ou evolução das nossas vidas. Como podemos dizer que vivemos intensamente todos os dias se vivemos as mesmas emoções todos os dias? “O mestre é um gato diferente, é aquele que vê o dia como uma oportunidade no tempo para criar avenidas de emoções e realidades que ainda não nasceram. O dia se torna uma fertilização de infinitos amanhãs.”


O dia deveria ser ao nascer do sol o começo do pensamento positivo. Preciso me acalmar para criar o meu dia intencionalmente, quando se cumulam pequenas coisas e elas as acontecem são o processo da criação, todos nós criamos as nossas realidades. Pela habilidade observação e concentração e se estivermos consciente de nossas intenções criamos em um campo holográfico nossa realidade através do conhecimento de nós mesmos ao invés de apenas respondermos aos estímulos externos. Isso não é diferente de rezar, porque este é o link entre a ação e a intenção capaz de influenciar o resultado final, como se o deus de nossas crenças correspondesse às nossas expectativas. Quando deixamos o pensamento mais forte do que qualquer outra coisa, nosso cérebro é designado a fazer esta coisa. Quebramos a barreira de tempo e espaço e pisamos no campo quântico. Quando deixamos mais real um pensamento do que qualquer outra coisa.

Coração Pirata


Coração Pirata
Composição: Nando - Aldir Blanc
Quando a paixão não dá certo
Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
Já não vai adiantar
E recomeço do zero
Sem reclamar
O meu coração pirata
Toma tudo pela frente
Mas a alma adivinha
O preço que cobram da gente
E fica sozinha
Levo a vida como eu quero
Estou sempre com a razão
Eu jamais me desespero
Sou dono do meu coração
Ah! o espelho me disse
Você não mudou
Sou amante do sucesso
Nele eu mando nunca peço
Eu compro o que a infância sonhou
Se errar eu não confesso
Eu sei bem quem sou
E nunca me dou
Quando a paixão não dá certo
Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
Já não vai adiantar
E recomeço do zeroSem reclamar
As pessoas se convencem
De que a sorte me ajudou
Mas plantei cada semente
Que o meu coração desejou
Ah! o espelho me disse
Você não mudou

Thursday, February 01, 2007

Retornando ao Trabalho


Voltei a trabalhar, e uma sensação estranha me meio com toda força. Eu nunca havia sentido nada parecido antes nestes meus mais de oito anos de profissão. No final do ano passado eu estava bastante cansada fisicamente e com a agenda lotada. Precisei dar uma parada longa para recarregar minhas energias e o fiz por quarenta dias. Agora volto. Os pacientes vão voltando aos poucos. Como de costume, na primeira semana os atendimentos se resumem a quase nada. São os laudos, relatórios, atualização de pastas e contas que tomam meu dia. Em uma semana devo ter atendido apenas dois dias de rotina normal, ou seja, poucas pessoas em relação ao ritmo louco de uma rotina normal de consultório. Após a escuta destas poucas horas, fiquei me perguntando se estou realmente pronta para voltar a exercer minha função. As feridas deles são profundas... Será que estou preparada? Como eu consegui chegar até aqui? Como eu conseguir ter tantos pacientes e ser bem sucedida? Eu vejo hoje, mas que nunca, como a minha profissão é difícil porque é difícil trabalhar a dor! A dor acaba de entrar em minha mente sem pedir licença... Será que sou mesmo boa o suficiente para ajudá-los? Por que os eles, pacientes ou não, sempre me procuram? Por que alguns abandonam o tratamento? Sentir-me como eles se sentem e entender o que se passa no coração de cada um não é nada fácil. O engraçado é sempre ter tirado isso de letra esta dualidade e ao retornar desta vez estou me perguntando se eu realmente sou uma boa profissional. Novamente vou ouvir dores próximas as minhas dores, ficar insensível a elas é impossível. Alguns são exatamente os meus questionamentos, e outros minhas respostas mais sinceras... Entre uma pessoa e outra levanto minhas questões existenciais. E, reconheço minha força para tê-las e não fugir delas. Será que são as minhas dores que precisam ser cuidadas e eu não tenho feito isso? Será que vou dar conta do que me aguarda nos próximos meses? A intensidade de relação de ajuda é feita de troca. Estou disponível emocionalmente para esta troca? Não estou doente, pelo contrário, estou feliz e satisfeita com tudo o que conquistei até agora. Mas será que eu mereço tudo isso? Será que tudo não passa de aparência? Estarei eu me escondendo atrás de livros e de um jaleco branco? Minhas férias estão fervendo e meus pensamentos se perdem dentro de mim... Sinto que neste exato momento estou me desorganizando para deixar-me em ordem mais uma vez, como um cavaleiro que prepara e veste sua armadura para a batalha.
Tinne Fonseca _ A Imperatriz