Monday, June 18, 2007

A Anatomia do Amor

(Pelo "Dia dos Namorados", pra não dizer que passei batido por ele... Só passei sozinha mesmo. E não morri por isso!)
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Amor e paixão, a ciência lamenta em informar, estão no mesmo lugar da razão: ou seja, no cérebro. [...] “São sensações que o correm graças às alterações de neurotransmissores”, explica o cirurgião geral e especialista em anatomia, Jordano Pereira de Araújo. Para acabar com os mitos é preciso entender que estes sentimentos acontecem principalmente no sistema límbico _ Centro das Emoções_ e alteram funções cerebrais como a do Hipotálamo, responsável pela fome, sede, sono e libido. “Por isso, quando a pessoa está apaixonada, não come direito ou come demais, não dorme direito ou dorme demais. Tudo se altera”, completa o médico. [...] Até porque, além da felicidade extrema dos casais apaixonados, há também aqueles que carregam as incertezas de serem ou não correspondidos. [...] A Paixão dura de um a três anos. É ma caracterizada por uma forte alteração nos neurotransmissores cerebrais, e consequentemente, por mudanças bruscas de comportamento. Em muitos casos, principalmente quanto ao se é correspondido, a paixão apresenta sintomas parecidos com os da depressão ou de outros transtornos. O Amor vem a longo prazo e surge para amenizar os sintomas da paixão. Até porque, se a pessoas vivesse sempre sob os efeitos da paixão o cérebro, com tantas alterações, entraria em pane. Nessa fase, não há mais atos impensados, mas sim uma sensação de bem-estar, conforto e segurança.
De onde surgiu a idéia de que o amor tem a ver com o coração? Pra Aristóteles, o coração era a sede controladora dos sentimentos e dos pensamentos. Isso porque, quando alguma coisa nos abala emocionalmente, sentimos taquicardia. Essa idéia influenciou marcantemente toda a cultura ocidental, até hoje nos referimos ao amor e à paixão como “coisas do coração”. As músicas e as poesias sempre trazem o coração como símbolo do amor. Mas depois de toda a evolução científica ocorrida no século Renascimento, a anatomia e a fisiologia passaram a ser amplamente estruturadas, e descobriu-se que a função do coração nada mais era do que bombear o sangue para as artérias.
Apaixonar-se pode fazer mal, biologicamente falando? Pode ser prejudicial. A paixão altera o apetite, o sono, a concentração e, quando não é correspondida, pode causar depressão. Mas a verdade é que, quando estamos apaixonados, não nos interessa saber o que está acontecendo em nossos corpos, e sim se somos correspondidos ou não. Mesmo que haja um fundamento fisiológico para o amor, ele continua sendo um sentimento nobre que mobiliza a todos nós. [...] A natureza é muito sábia e fez com que a gente se apaixonasse para se aproximar um dos outros. [...].


Sintomas:
ºEuforia
ºInsônia ou sonolência em demasia
ºPerda ou aumento de apetite
ºPensamento obsessivo
ºForte dependência emocional
ºIntensa necessidade da presença física do se amando (uma nítida relação de dependência, como a qualquer outro vício)
ºAtenção concentrada os assuntos que envolvem o amado e dispersa em todo o resto
ºAumento da energia psíquica

A Química da Paixão:
* Alterações nos neurotransmissores
* O nível de feniletilamina, uma espécie de anfetamina, aumenta. Por isso muitas pessoas têm insônia quando estão apaixonadas
* Ocorre ainda o aumento de dopamina. Esse neurotransmissor está ligado aos pensamentos obsessivos e fica alterado nos pacientes com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Dessa forma, o apaixonado pensa obsessivamente na pessoa amada, no que ela está fazendo, comendo, sonhando.
* A noradrenalina também tem seu índice elevado, o que resulta em um estímulo maior do sistema nervoso simpático. Ou seja, as mãos tremem, as pupilas dilatam e o apaixonado sente o chamado frio na barriga.

Quando o Amor Acontece:
§ Os neurotransmissores de acalmam
§ Aumento da ocitocina. Hormônio tradicionalmente conhecido por potencializar as contrações uterinas no momento do parto e estimular a amamentação, também é responsável pelos sentimentos de união e ligação entre os casais
§ Cresce a quantidade de endorfina, causando bem-estar, sensação de segurança e tranqüilidade




(Candice Alcântara; Correio 10/06/07).

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