Saturday, June 25, 2005

A Imperatriz


Esta é a narrativa de uma vida até então desconhecida por mim, onde os pactos são feitos com sangue e afetividade. Parece que o dinheiro vem a ser a coisa que menos importa no mundo do crime, a sede de aventuras é uma seqüência constante e cada vez mais perigosa. Para você entrar nessa não precisa ter ganância, basta se apaixonar. Foi assim que eu percebi que estava, de alguma forma, envolvida dentro dele. Inicialmente havia encontrado uma estória fantástica, um tema envolvente o bastante para ser o tema do meu primeiro livro e o início da minha vida de escritora, agora algo cresceu dentro de mim de tal forma que preciso colocar para fora. Todos os nomes são fictícios e a maioria dos ditos conta com a minha capacidade criativa e o que me leva a escrever é real e acontece hoje e sempre em todo lugar. Muitas pessoas vão se identificar com este ou aquele trecho porque já viveu algo parecido e outras vão conhecer um lado da vida que poderiam nunca saber existir.

Tinne Fonseca_ A Imperatriz

A Imperatriz, apresentação inicial; Onde encontrá-la de dia? Resposta: No Mundo. Onde encontrá-la a noite? Resposta: Na Lua. Signo: Libra - Gêmios - Câncer - Escorpião. Ascendente: Todo o sexo oposto. Lua: Cheia. Tipo Sanguíneo: De Barata. Vícios e Fantasias: Amor.

Thursday, June 23, 2005

Minha Flor


As flores são fracas. Ingênuas. Defendem-se como podem. Elas se julgam terríveis com seus espinhos... Para que servem os espinhos?
Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos. E não será importante compreender porque perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis?
Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando as contempla.
Eu conheço uma flor única no mundo, e que num belo dia pode ser liquidada num só golpe. Minha flor está lá, nalgum lugar... Mas se um dia for arrancada bruscamente, é para mim, como se todas as estrelas se apagassem.
Sempre houvera flores muito simples, apareciam certas manhãs e já à tarde se extinguiam, e que não ocupavam lugar nem incomodavam ninguém.
Pude conhecer aquela flor que brotara num dia de um grão trazido não se sabe de onde.
Assisti à instalação de um enorme botão, mas a flor não acabava mais de preparar sua beleza, não queria sair, no radioso esplendor da sua beleza é que queria aparecer.
Era vaidosa, misteriosa, portanto, durara dias e dias...
Eis que numa bela manha, justamente à hora do sol nascer, havia-se afinal, mostrado.
Linda... Não era modesta, mas era comovente. Requeria cuidado. Ela me afligia com sua mórbida vaidade.
Falando dos espinhos dissera: _ Não sou uma erva má, perdoa-me!
Sob a noite coloquei-a sob a redoma.
Tomara a sério palavras sem importância, e me tornara infeliz.
Apesar de minha boa vontade, logo duvidara dela.
Não deveria tê-la escutado, bastaria olhar e aspirar o perfume da flor, mas eu não me contentava com isso.
“Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava e iluminava... Não deveria jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias nas flores! Mas eu era jovem demais para saber amar.”Posted by Hello
("O Pequeno Príncipe" - Antonie De Saint-Exupéry * Trecho Adaptado)
_D.T.P.R._
23 de junho de 2005

Tuesday, June 21, 2005

raise hell

raise hell Posted by Hello

“... cada voz que canta o amor não diz tudo o que quer dizer,
tudo o que cala fala mais alto ao coração...". (Lulu Santos)

Feitiço, será que um dia alguém conseguirá quebrá-lo?

Battle Fadigue Posted by Hello

Os conceitos de depressão e mania existem há séculos e Hipócrates já havia descrito pacientes com melancolia, atribuindo-lhe causa biológica. Entretanto, somente a partir do século passado ficou claro que depressão e mania representavam dois estágios de uma mesma doença.
Apesar da doença maníaco-depressiva ser conhecida há muitos anos, a falta de um tratamento eficaz facilitava a confusão do diagnóstico com esquizofrenia e geralmente levava à internação. O surgimento de tranquilizantes potentes e de sais de lítio trouxe novo alento. Pacientes que tinham acesso ao tratamento preventivo com lítio geralmente deixavam de ser reinternados.
Existe uma alteração do humor, da energia (ânimo) e do jeito de sentir, pensar e se comportar. Acontecem como crises únicas ou cíclicas, oscilando ao longo da vida. Podem ser episódios de depressão ou de mania. Na depressão a pessoa sente tristeza exagerada e desânimo e na mania um aumento da energia e euforia anormal. A maioria dos pacientes sofre apenas de depressão(ões) e alguns também têm manias. O termo mania não significa "mania de fazer alguma coisa" ou algum tique - é simplesmente o nome que o médico dá para a fase de euforia da doença maníaco-depressiva. Às vezes surgem sintomas depressivos e maníacos simultaneamente, os chamados estados mistos.Os sintomas de euforia e depressão podem variar de um paciente a outro e no mesmo paciente ao longo do tempo, muitas vezes confundindo a ele e seus familiares.
Na depressão a pessoa fica com o humor para baixo, sente-se triste, apática, angustiada, ansiosa. Cai o nível de energia, aparece desânimo, dificuldade em sentir prazer na vida como antes, inclusive sexual. Ocorre uma lentificação psíquica e física, paradoxalmente associada a desassossego quando a ansiedade for intensa. Fica difícil se concentrar, a memória falha, o raciocínio não flui mais. A mente é invadida por um onda de pessimismo, de idéias e preocupações negativas. Surgem sentimentos de culpa, insegurança, medo, inutilidade, solidão, burrice, inadequação, fracasso, baixa auto-estima, falta de sentido. Tudo é avaliado dentro de uma visão negativa distorcida: passado, presente e futuro. Podem aparecer pensamentos de morte e alucinações. Ocorrem alterações de apetite e/ou peso. O tempo de sono pode aumentar ou diminuir, mas o sono deixa de ser reparador. Freqüentemente há queixas de dores e mal-estar físico, resultando em várias visitas médicas sem sucesso, antes de se diagnosticar depressão.
- Humor para baixo, tristeza, angústia ou sensação de vazio;- Irritabilidade; desespero;- Pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida;- Cansaço mais fácil, desânimo ou preguiça; falta de energia física e mental;- Falta de concentração; lentidão do raciocínio; memória ruim; - Falta de vontade; falta de iniciativa e interesse; apatia;- Pensamentos negativos repetidos amplificados; pessimismo: idéias de culpa, fracasso, inutilidade, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio);- Sentimentos de insegurança, baixa autoestima, medo;- Interpretação distorcida e negativa do presente, de fatos ocorridos no passado e do futuro;- Redução da libido e vontade de ter sexo;- Perda ou aumento de apetite e/ou peso;- Insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado;- Dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por outras doenças: dor de cabeça, nas costas, no pescoço e ombros, sintomas gastrointestinais, alterações menstruais, queda de cabelo, entre outros. - Em depressões graves alucinações e/ou delírios. Para fazer o diagnóstico bastam sintomas dos três primeiros itens e pelo menos dois dos demais. O deprimido percebe a diferença entre uma tristeza normal, que já sentiu antes, da tristeza da depressão, que significa sofrimento constante, que passa, mas retorna sem aviso prévio. O deprimido aumenta as suas dificuldades, tem uma sensação de incapacidade e não consegue mais solucionar seus problemas - ou vê problemas onde não existem. O deprimido complica sua vida, torna-se muito sensível a tudo e percebe "patinar" em coisas anteriormente fáceis de resolver. Se sair de férias para descansar, leva a depressão junto.
O termo mania significa um estado mental alterado em que a pessoa se sente eufórica, acelerada e/ou muito irritada, "pavio curto", podendo tornar-se agressiva verbal e fisicamente. Ocorre agitação ou inquietação, aumento da energia e redução da necessidade de sono. Os pensamentos se aceleram, aumenta a quantidade de idéias, a pessoa não consegue falar tudo que vem à mente ao mesmo tempo. Não consegue manter a atenção num único tema, começa a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e não consegue terminar, tudo se torna importante. Tudo precisa acontecer imediatamente, há brigas e discussões. Os sentimentos podem ser de alegria exagerada e grande euforia ou mesmo de agitação incômoda e sofrida. Surgem autoconfiança e otimismo extremos, sensações de poder, influência, capacidade, inteligência, riqueza. Ela pode ter alucinações e achar-se imbuída de poderes ou dons especiais. Súbitos sentimentos de depressão podem vir e logo desaparecer. Muitos planos vêm à mente, ocorrem gastos excessivos, endividamentos, negócios irresponsáveis ou precipitados. Aumenta o contato social, a pessoa fica desinibida, deixa de se comportar de acordo com seu padrão. Na esfera sexual aumenta a libido, a desinibição, o erotismo. Em geral falta autocrítica, porque a pessoa sequer percebe as mudanças ou não as vê como algo ruim ou incompreensível.
- Humor para cima, exaltação, alegria exagerada e duradoura; irritabilidade (impaciência,"pavio curto").- Agitação, inquietação física e mental;- Aumento da energia, da produtividade ou começar muitas coisas e não conseguir terminar;- Pensamentos acelerados; tagarelice; - Achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza, poder;- Otimismo e autoconfiança exagerados; - Aumento dos gastos; endividamentos;- Distração fácil; tudo desvia a atenção;- Maior contato social e desinibição; comportamento inadequado e provocativo; agressividade física e/ou verbal;- Erotização; aumento da atividade e necessidade sexual;- Insônia; redução da necessidade de sono;- Quando grave ocorrem delírios e/ou alucinações;
Existe a possibilidade dos sintomas melhorarem sem qualquer tratamento após semanas, meses ou anos. Mesmo antes de haver medicamentos eficazes, sabia-se que o paciente podia ter apenas um episódio de depressão na vida, com anos de remissão, antes de se reiniciarem os sintomas, ou apresentar episódios anuais ou intervalos de tempo cada vez menores alternados com períodos de doença cada vez maiores ao longo do tempo. É importante saber que com tratamento o estado maníaco ou depressivo passa mais rápido, sem deixar seqüelas.Pessoas que sofrem de transtorno bipolar levam em média 8 anos antes de serem diagnosticadas e/ou receberem tratamento adequado. Neste período e antes que seja totalmente controlado os pacientes tiveram sofrimento físico e psíquico imensurável e podem ter acumulado perdas irreversíveis nos relacionamentos afetivos, nos estudos e no trabalho. Isto significa separações, repetência, incapacidade de adquirir uma profissão, perda do emprego, invalidez precoce ou mesmo morte. Na depressão tudo se torna difícil e custoso: estudar, trabalhar, conviver com as pessoas. Comprometem-se relacionamentos afetivos, na família, com o cônjuge, ou com colegas e amigos. Para atenuar o sofrimento, muitos se tornam usuários de tranqüilizantes, álcool ou drogas. Além das perdas já mencionadas, a pessoa pode correr risco de vida por negligenciar cuidados com a saúde ou por suicídio.Durante a mania a pessoa se sente ótima e não consegue avaliar as conseqüências da irritabilidade, desinibição e sociabilidade na esfera pessoal. Atitudes tomadas durante a (hipo)mania podem resultar em rompimentos conjugais, com familiares e amigos ou em ruína financeira e endividamentos. Há risco de adultério, de gravidez indesejada, de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Os pacientes podem perder o emprego, arruinar sua reputação, passar a abusar de álcool e/ou drogas. A combinação com o álcool é desastrosa, pelo risco de acidentes, violência e problemas com a polícia.
Na orientação acerca da doença também deve ser abordado o preconceito. Resolver dúvidas ajuda a diminuí-lo, mas só o tempo poderá eliminá-lo de vez. Infelizmente pacientes e famílias sofrem durante anos acumulando ressentimentos, queda do poder aquisitivo, atraso na formação, antes da aceitação do diagnóstico e do tratamento.Outra questão a ser aprendida é como lidar com uma nova crise. Cuidar da decepção, da frustração, da desesperança e além disso prevenir conseqüências prejudiciais são fundamentais na recuperação.
É importante lembrar que mesmo a curto prazo, o efeito dos medicamentos na depressão, na (hipo)mania ou no estado misto leva pelo menos duas a quatro semanas para ser significativo. A melhora completa pode levar alguns meses e depois disso é necessário manter as medicações usadas na fase aguda da doença por mais algumas semanas ou meses, dependendo da gravidade. Depois de melhorar por completo, não apenas parcialmente, o paciente segue para a fase de manutenção.
O tratamento medicamentoso é básico, mas o transtorno bipolar não é meramente um problema bioquímico, também psicológico e social. Entrar em contato com os sintomas do transtorno bipolar causa sofrimento e pode ser traumatizante para o paciente e a família. O medo de como isso vai afetar sua vida, o preconceito, a aceitação do diagnóstico requerem atenção psicológica. Para aceitar é necessário conhecer a doença a ponto de diferenciar seus pensamentos e sentimentos e fazer decisões baseado em conhecimento e não em emoções, como medo ou raiva da doença. Tratamentos psicológicos procuram fornecer boas informações, orientação e motivação em um ambiente de apoio e confidencial.
Durante o curso do tratamento o paciente costuma enfrentar recorrências, pois o manejo medicamentoso pode demorar até ser acertado. Tais experiências trazem desapontamento, dúvidas sobre o tratamento, sentimentos de culpa e de revolta. Na psicoterapia e na orientação sobre a doença é possível encontrar esclarecimento e apoio necessários para superar cada novo obstáculo que a doença impõe.
- se os medicamentos estiverem causando efeitos colaterais muito incômodos e o paciente mencionar que quer parar com tudo isso, o médico deve ser informado;- detectar com o paciente os primeiros sinais de uma recaída; se ele considerar como intromissão, afirmar que é seu papel auxiliá-lo;- falar com o médico em caso de suspeita de idéias de suicídio e desesperança;- compartilhar com outros membros da família o cuidado com o paciente;- estabelecer algumas regras de proteção durante fases de normalidade do humor, como retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania; auxiliar a manter boa higiene de sono; programar atividades antecipadamente.- mesmo depois da melhora, há um período de adaptação e desapontamento; é importante não exigir demais e não superproteger; auxiliá-lo a fazer algumas coisas, quando necessário;- evitar chamar o paciente de louco ou demonstrar outros sinais de preconceito, que favorecem o abandono do tratamento; tratá-lo normalmente e apontar sintomas com carinho;- aproveitar períodos de equilíbrio para diferenciar depressão e euforia de sentimentos normais de tristeza e alegria.
A pessoa mais interessada no próprio bem-estar é quem está doente. O paciente com transtorno bipolar do humor tem uma doença que costuma durar a vida toda, que se mantém sob controle com tratamento adequado. Cabe a ele o esforço de manter o tratamento: é ele quem toma os medicamentos - ou não. Ninguém pode forçá-lo, a não ser em situações que ponham em risco a sua segurança ou a de outros. Portanto, se você é portador do transtorno bipolar:- comprometa-se com o tratamento - discuta dúvidas com seu médico, eficácia dos estabilizadores do humor, intolerância a efeitos colaterais, etc.;- mantenha uma rotina de sono; mudanças no sono ou redução do tempo total de sono podem desestabilizar a doença; converse com seu médico, caso precise mudar o hábito de dormir;- evite álcool e drogas; além de interagirem com algumas medicações, também agem no cérebro, aumentando o risco de desestabilização da doença; se tiver insônia ou inquietação, não se automedique - converse com seu médico;- evite outras substâncias que possam causar oscilações no seu humor, como café em excesso, drinques, antigripais, antialérgicos ou analgésicos - eles podem ser o estopim de novo episódio da doença;- enfrente os sintomas sem preconceito - discuta com seu médico sobre ele;- se não estiver podendo trabalhar, "não queime o filme" - é mais sensato tirar uma licença, conversar com a família ou com o patrão, e se permitir convalescer;- lembre-se: você está bem por tomar a medicação; se parar de tomá-la, mesmo após 5 ou 10 anos, os sintomas podem voltar sem prévio aviso; é preciso manter-se alerta para o aparecimento dos primeiros sinais, como insônia e irritabilidade;- há indícios de que quanto mais crises da doença a pessoa tiver, mais ela continuará tendo, por isso, procure participar ativamente do tratamento;- descubra seus sintomas iniciais de nova crise depressiva ou maníaca - tome nota e avise imediatamente seu médico;- aproveite períodos de bem-estar para redescobrir como você de fato é; como são os sentimentos de tristeza, alegria, disposição e como você lida com seus problemas;- quanto mais você conhecer a doença, melhor você poderá controlar os sintomas no período inicial; proteja-se: evite estímulos de risco em potencial, como decisões importantes, relações sexuais sem preservativos, projetos ambiciosos, gastos - ponha seus planos no papel e espere para executá-los quando se reequilibrar; procure canalizar hiperatividade ou idéias negativas para atividade física ou manual; se estiver deprimido, dê-se um empurrão, pois a iniciativa está em baixa;- procure e aceite ajuda da família e dos amigos quando perceber que não consegue se cuidar sozinho.- é comum querer parar o tratamento, ou porque vai tudo bem, ou porque não está dando certo; procure conversar com outras pessoas com o mesmo problema, que já passaram por isso; lembre-se de como era seu sofrimento; discuta com a família se valeria a pena buscar uma segunda opinião sobre o diagnóstico e o tratamento. Temporariamente o paciente pode ficar inapto a se tratar adequadamente. Nestas fases a intervenção amiga da família é fundamental.
Tinne, 23 de junho de 2005

Thursday, June 16, 2005

Olhos que passavam o dia a me vigiar, olhos insanos...


"Às vezes peço a ele que vá embora!!!".

Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu...

Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão

Friday, June 10, 2005

Engano Meu



Meu plano era deixar você pensar o que quiser,
meu plano era deixar você.
Meu plano era deixar você falar o que quiser,
meu plano era deixar você falar coisa sem sentido.
Sem motivo e sem querer, andei fazendo planos pra você!
Engano seu, achar que fosse brincadeira,
engano seu.
Aconteceu de ser assim desta maneira,
o engano é meu.
Mesmo sem motivos, sem sentido e sem saber,
andei fazendo planos pra você!
Pra você eu faço tudo.
E, um pouco mais pra você ficar comigo e ninguém mais mais.
Largos os compromissos, deixo tudo ao lado.
Você tenta em vão me convencer que é melhor não fazer planos pra você.
Meu plano era deixar você fugir quando quiser.
Meu plano era esperar você voltar.
Engano o seu achar que o plano é passageiro.
Engano Meu,
acho que o destino antes de nos conhecer fez um plano pra juntar eu e você!!!

Thursday, June 09, 2005

The Empress

Versos de orgulho
Florbela Espanca



O mundo quer-me mal porque ninguém

Me fez nascer Princesa entre plebeus

Numa torre de orgulho e de desdém.

Porque o meu Reino fica para além...

Porque trago no olhar os vastos céus

E os oiros e clarões são todos meus!

Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém!

O mundo? O que é o mundo, ó meu Amor?

O jardim dos meus versos todo em flor...

A seara dos teus beijos, pão bendito...

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços...

São os teus braços dentro dos meus braços,

Via Láctea fechando o Infinito.


The Empress Posted by Hello

A Rainha Amiga e Confidente da Princesa Rist

(...)
A Rainha Zirta _ soberana em Otin, era uma mulher inteligente, forte, superprotetora e com uma capacidade impressionante de organização e liderança. Encantava a todos a seu redor, conseguia mantê-los junto a ela como amigos e colaboradores. Não foi por menos que assumira a coroa, dentre tantos homens descendentes da família, mesmo sendo a Rainha-Mãe ainda viva.
Seu reinado era uma sociedade mista, hora governado por homens e hora governado por mulheres. Embora não houvesse dúvida, apesar de muitas não deterem diretamente a posse do poder, eram as mulheres quem realmente comandavam a ordem no reino.
Casada com o Rei Tibuet, foram responsáveis pela educação de dois lindos príncipes. Eros II _ O filho mais velho, e Orgs _ Quem mais tarde viria a ser o futuro sucessor do Rei Tibeut , por ser seu único herdeiro direto.
Eros II, era um moreno vistoso. As damas da redondeza o cortejavam, mas ele não se importava com isso. Sempre seguiu o conselho de sua mãe: “_ Procure uma companheira certa apenas quando chegar à hora certa, ou não encontrará a felicidade. E, trate com respeito àquelas pertencentes ao sexo feminino dentro ou fora do território de Otin.” Eros II havia herdado, não apenas o nome, como também as características mais marcantes de seu tio Eros I _ poder, sensualidade, dificuldade em aceitar regras, o desejo transgredir e buscar a realização da infância nunca totalmente satisfeita; Tinha medo de crescer, assim como Dom Ruan e Peter Pan. Ambos, o tio e o sobrinho, eram dotados de grande habilidade com desenhos e sabiam como sair de situações ameaçadoras ousando da criatividade inata e exalada em abundancia.
O príncipe Orgs conseguira ser tão encantador e surpreedndente quanto sua mãe. Educado, carismático, atenciosos e preocupado com as causas do povo. Não suportava nenhum tipo de injustiça,
Buscava sempre conhecer à verdade para servir-se dela como guia embasando seus atos. Por ser um homem grande _ Alto e com músculos de capacidade imensurável, muitas vezes era confundido com os guerreiros mais hábeis e valentes. Porém, Orgs não queria a guerra, sua luta era para alcançar a paz entre os de Otin. Analisava cuidadosamente as atitudes dos mais favorecidos para com os menos favorecidos e, se preciso fosse, interferiria usando sua racionalidade e autoridade democrática conquistada ao longo dos anos. A força bruta estava distante de sua preferência, e possivelmente fora o homem fisicamente mais forte nascido naquele reino.
Zirta tivera dois irmãos, Eros I e Icos. Este último abandonou o reino quando adolescente. Quisera viver fora das normas e padrões hierárquicos dele por direito, ser povo como o próprio povo. Ninguém conhecia seu paradeiro, nem sabiam onde procurar este príncipe nas redondezas. No coração de sua irmã talvez fosse o único lugar na terra aonde ele ainda se fazia presente.
Eros I, apresentava-se como guerreio imbatível_ Porém, um tanto quanto atrapalhado. E visto como firme feito rocha por todos. De fato era capaz de mover montanhas para conseguir seus objetivos. Dentro de si, uma criança insaciável, vivera em busca de alcançar todos os seus desejos mais infantis. Imaturo, frágil e sensível. Protegera-se muito para não revelar seu eu interior e dera sempre preferência à imagem de um homem agressivo, causando medo a todo aquele que o desobedecesse, ninguém queria enfrentá-lo. As damas, deste e de outros reinos, se encantavam por sua armadura. Projetavam nele o sonho de encontrar um homem provedor, protetor, viril, cortez e precisando dos cuidados de uma mulher. Para outras, não passava de um cúmplice perfeito para aventuras de amor, não era criticado por isso, parecia fazer bem também o papel de amante. De território em território, Eros I, saía vitorioso em suas batalhas e conquistas.
(...)


Trecho adaptado do livro escrito por Tinne Fonseca,
(* cópias não são autorizada pela autora)

Eros I, entre as princesas: Ahla e Rist.

(...)


Com a proximidade das princesas de Acillom e Lewloeh outros nobres membros e membros de famílias importantes de outros reinos começaram a se conhecer.
Rist, sempre sociável, fazia questão de compartilhar a certeza de sua amizade sincera para com Ahla. Esta, por sua vez, retribuía a tal simpatia organizando reuniões, almoços, chás no fim de tarde, jantares, saraus, festas e bailes em seu castelo.
O Castelo de Lewloeh era distante, embora muito aconchegante e acolhedor. Lá havia muitos quartos, era um dos maiores castelos da redondeza. Os convidados eram regrados pela liberdade de pernoitar em luxuosos aposentos.
Muitos passaram a noite e amanheceram o dia no neste imenso castelo, como também no quarto de Ahla. À luz do dia, enquanto todo o povo trabalhava, nos corredores da família Real transitavam aqueles que compartilhavam sua intimidade de sob um papel socialmente aceito.
Certa vez Rist resolveu introduzir os herdeiros do Reinado de Otin ao Castelo do Lewloeh. Ahla havia conhecido Zirta _ a rainha, em uma Cavalgada para Mulheres, onde ela falou muito sobre seu estimado irmão, Eros I.
Rist falara muito pouco sibre o irmão de Zirta, que era sua amiga e confidente. Ahla queria conhecer detalhes sobre a vida dele. Soube de sua fama de galanteador, guerreiro e homem imbatível em suas aventuras, ele já havia passado por situações muito difíceis e enfrentado perigos grandes.
Ahla desconfiava que, talvez, Rist poderia ter algum interesse ainda não revelado pela pessoa de Eros I. Perguntou a ela se a nobre amiga gostaria de formar um par romântico com ele. Rist, se sentindo acuada e sem saber ao certo o que responder, disse que seria uma hipótese a ser pensada.
Logo depois a princesa de Acillom concluiu que seria inviável a possibilidade de ocorrer efetivamente algum relacionamento entre eles. E ainda, afirmou para a amiga, Ahla, fizesse as honras da casa se preocupando apenas em satisfazer seus amigos e, principalmente a aquele príncipe em questão, da maneira que julgasse conveniente.
Como já era de se esperar, Ahla tentaria tê-lo consigo nos próximos dias. O até então desconhecido parece ter chamado a atenção da princesa.
Combinaram um jantar ao cair da noite e estavam presentes: A princesa Rist _ de Acillom, Zirta _ Rainha de Otin, Eros I _ seu irmão, e Riso_ o fiel escudeiro do príncipe de Otin.
Todos pareciam confortáveis com a receptividade em Lewloeh. Aos poucos o clima de identidade e intimidade instalava-se no salão reservado do castelo. Comeram, beberam, cantaram e conversaram até o primeiro sinal de que o dia estaria se aproximando.
Durante toda a conversa, não estava claro se havia ou não um interesse de Eros I pela princesa de Lewloeh. Zirta tentara promover maior afinidade entre os dois ousando falar sobre assuntos confidenciais abertamente.
Como se falava de segredos guardados por mulheres e homens, sobre sentimentos e impulsos incontroláveis, Ahla recebeu lugar de destaque entre os presentes, a ponto de ter impressionado a todos em alguns de seus depoimentos. Rist, pouco tinha para contar, contentou-se em dar sua opinião sincera sobre os fatos relatados sendo o mais transparente e imparcial possível.
Sentindo-se no papel de protetora, Zirta, tentava fazer com que Riso conseguisse mostrar seu interesse por Rist, que parecia não tê-lo notado.
De forma sutil e não específica, Eros I parecia ter demonstrado ao longo da noite uma pequena afeição por Rist, que não suspeitou nada. Inexplicavelmente, ele não se interessou por Ahla, e provavelmente ela deve ter ficado furiosa com isso.
Ao despedirem-se, Ahla levou Eros I para a biblioteca do castelo, era sua cartada final como estratégia para que ele a aceitasse antes do Sol nascer.
Riso, Rist e Zirta, permaneceram no salão reservado e acabaram dorminhocando sob a confortável mobília.
O dia estava quase chegando e alguém muito longe começou a chamar. Cansados, todos se levantaram para seguir viajem. Menos Rist, que alojou-se em Lewloeh porque partiria após o almoço.
No caminho, ainda sonolentos, Eros I, Riso e a Rainha Zirta _ vizitantes vindos de Otin, teceram comentários sobre o evento e, principalmente seu estranho desfecho.
Eros I, diz não ter tido nenhum tipo de relação com Ahla, acentua o fato de nem mesmo ter tido vontade. Os dois apenas conversaram enquanto estavam na biblioteca.
O príncipe parecia assustado com as atitudes da princesa, que tentou de todas as formas estar com ele em detrimento da amiga Rist.
O príncipe foi enfático ao pedir para que sua irmã aconselhasse a princesa de Acillom a se afastar do território de Lewloeh, principalmente da princesa deste reino, porque as atitudes e os valores demonstrados por Ahla eram incompatíveis com a pessoa de Rist. Disse ainda que, se houvesse a possibilidade de cortejar alguma mulher naquela noite, com certeza, não seria uma herdeira de Lewloeh mas sim de Acillom.
A rainha com intuito de concertar o que considerou um erro, não quisera que sua amiga e confidente pudesse vir a sentir-se desprezada, relatou o comentário de Eros I a Rist, que permaneceu atônica com o acontecido e percebeu que, infelizmente, talvez devesse desconfiar da fidelidade de Ahla para com ela.
(...)
Trecho adaptado do livro escrito por Tinne Fonseca,
(* cópias não são autorizada pela autora)

Tuesday, June 07, 2005

Primeiro Ato

(...)

Rist, princesa primogênita do reino de Acillom; era amiga de Ahla, princesa sucessora do reino de Lewloeh. Fizeram-se confidentes por suas diferenças marcantes, jamais teriam se encontrado se não por acaso. Rist, como boa ouvinte, queria uma estória e Ahla tinha várias estórias para contar e vivenciar.
Versões após versões, as duas passam horas conversando. Ahla, divagava... Confiava em sua amiga para conseguir fazer isto. Rist, acreditava... Ouvia tais divagações e se interessava pelos fatos.
Outras coisas eram completamente opostas para as duas, assim como: crenças, valores, histórico familiar, atitudes, habilidades, reconhecimento público, grupo social, preferências desde roupas a companheiros. Nunca haviam tido os mesmos interesses e nem haviam tido envolvimento com o mesmo tipo de cavalheiro residente em um ou outro território próximo.
Fizeram um pacto durante o crescimento da intimidade: _ Uma nunca deveria se interessar pelo o pretendente da outra _. Até mesmo porque, para Ahla os homens não eram importantes, ela dizia não se incomodar de abster-se daqueles poucos escolhidos pela amiga. Rist, que julgava fundamental o papel do homem, não se prestava a se envolver com os pretendentes da amiga porque os julgava fracos e submissos.
Sentiam-se seguras em seus conceitos e cada vez mais eram vistas juntas. As pessoas dos reinos vizinhos questionavam: _ Como podem as duas ser amigas se são tão deferentes? _ Alguns arriscavam um julgamento sobre a relação delas como uma sendo a "princesa do bem" e a outra a "rainha do mal". Mas nada disso era percebido por ambas que pareciam contentes e confiantes, não se importavam com o falatório. Talvez Rist deveria ter se importado porque a outra jamais se preocupara com isso, com isso poderia ter evitado muitos conflitos com isso.
Como de costume, Ahla aguardava sua amiga em seu castelo. Nesta noite queria mostrara para a amiga um de seus servos com quem mantinha relação. Rist o conheceu, o achou parecido com alguém que já vira, e fora se juntar aos que cantavam e alegravam aquela noite fria.
No fundo do salão estavam Ahla e seu parceiro chamado Euzen. Ele, sentado e calado, observava Rist cantando belas canções e sendo aplaudida pelos presentes. Comentou com Ahla que achara surpreendente a desenvoltura de sua amiga, dispertando assim um sentimento jamais sentido pela princesa de Lewloeh para com a princesa de Acillom.
Euzen foi depediu-se e embora. Ahla, como num impulso incontrolável, se tornara novamente dominante entre os homens. Esbanjava sensualidade e beleza, apesar de não ser tão bonita quanto Rist.
Ela percebeu que havia ali um rapaz nobre interessado em sua amiga Rist. Aproximou-se dele, festa estava chegando ao fim. Rist ficou pensando que sua fiel amiga estava tentando ajudá-la a iniciar um futuro e promissor romance.
Na mesma noite o rapaz parecia ter se afastado de Rist após a conversa com Ahla. Os galanteios antes proferidos foram calados. Porém, acordo com os valores do reino Acillom, não é preciso pressa para se conquistar uma princesa. Então, Rist permaneceu à espera do nobre rapaz durante algum tempo. E, ele nunca mais apareceu.
(...)
Trecho adaptado do livro escrito por Tinne Fonseca,
(* cópias não são autorizada pela autora)

Monday, June 06, 2005

O Louco




Paz de Espírito


A paz,
invadiu o meu coração
de repente se encheu de paz
como se um vento de um tufão
arrancasse os meus pés do chão
onde eu já não me enterro mais.
A paz,
Fez o mar da revolução,
invadiu meu destino,
A paz,
com aquela grande Explosão,
Uma bomba sobre o Japão fez nascer um Japão d’
A paz...

Eu pensei em mim, eu pensei em ti, eu chorei por nós.
Que contradição, só a guerra faz nosso amor em PAZ!
Eu vim e vim parar na beira do cais aonde à estrada chegou ao fim,
Onde o fim da tarde é lilás, onde o mar arrebenta em mim o lamento de tantos azes.



_DTPR_
Fevereiro de 2005

Saturday, June 04, 2005

Voe por todo o mar...

Não sei dizer o que quer dizer o que vou dizer



“... Eu não sei dizer, o que quer dizer o que vou dizer:
_ Eu amo você, mas não sei o que é que isso quer dizer!
Eu não sei porque eu temo dizer que amo você,
se eu não sei dizer o que quer dizer o que vou dizer.
Se eu digo:_ Pare! Você não repare, o que possa parecer.
Se eu digo:_Siga! Ou o quer que eu diga, você não vai entender.
Mas se eu digo:_Venha! Você traz a lenha pro meu fogo acender...”.
(Jorge Vercilo)

A Torre

Friday, June 03, 2005

Eu não quero...

Wednesday, June 01, 2005

Não Ajudar o Dominardor

"_ Se você faz o bem, saiba a quem, e assim terá recompensa pelo benefício que fez. Faça bem ao justo, e você será recompensado, ou por ele ou pelo Altíssimo. Não existe recompensa para quem persevera no mal e se recusa a dar esmola. Ajude o homem fiel, e nunca o pecador. Faça bem ao pobre, mas não dê nada ao injusto. Recuse dar-lhe pão, e não o ajude em nada, para que ele não tire proveito às custas de você, que acabará encontrando o dobro de males por todos os benefícios que tiver feito a ele. O próprio Altíssimo detesa os pecadores, e inflige aos injustos o castigo que eles merecem. Ajude o homem bom e não o pecador."

Eclesiástico 12, 1-7
Considerando os inimigos injustos e pecadores, qualquer ajuda a este agravaria a dominação.

Prefácio / Foreword

Dedicatória ao Meu Momento: De Bb para mim...

"Não me defina porque sou uma incógnita. Sou um ponto de interrogação ou qualquer coisa que se assemelhe a isso. Que seja! Observo ao meu redor uma imensidão de segurança, conforto e exatidão. Mas isso não me compra e isso não me basta. Sou insatisfeita com tudo e não tenho paciência para reverter isso. É, é isso... é paciência que me falta. Paciência para saber a hora certa de virar a mesa e mudar o curso das coisas. O imediatismo me consome sem cerimônia. Eu me sufoco em meus anseios e não vejo nada que me torne mais forte ou mais capaz de expurgar essa agonia e esse pranto. É como um mar vazio. Morto. Revolto, ao mesmo tempo que sem vida. Não sei como é possível que seja assim, mas tampouco me interessa. No labirinto de mim mesma, busco saídas e não as encontro. Quando avisto um ponto de fuga, não há caminho que me leve pra lá. Volto para aquele canto quente da sala, onde o chão já tem a forma do meu corpo. Por alguns momentos um fiasco de luz consegue me alcançar, mas os olhos não se acostumam mais com a claridade e o "enxergar" é dolorido. Então retorno ao cinza escuro que me rodeia. Estranhamente, ainda que derrepente, não busco mais nenhuma resposta coerente. Nesses instantes, sequer busco alguma resposta. É porque dentro de mim germina algo novo e eu sei que o oxigênio que me supre é insuficiente para que o novo vingue. Corro, grito, me desespero. Choro por mim e me castigo por isso. Percebo que ainda que eu me agarrasse àquele único suspiro restante, de nada mais adiantaria. E tudo começa a fazer sentido... É perfeitamente compreensível agora: eu vivo por sobre uma linha tênue que separa a acomodada razão da intensidade dos meus sentimentos insanos desmedidos. Mesmo que eu encontre em mim o abrigo acolhedor, este não me acolheria com os abraços que preciso. É porque já é tarde demais e o inevitável aconteceu. Mais uma vez ignorei a única coisa que me protegia e me tornei uma presa fácil para o meu eu predador. Resigno-me. Sei que não existe nenhuma arma que vença essa batalha. Estou cansada e sem forças. Fico inerte observando a fumaça do cigarro subindo para uma ida sem volta e invejo isso. No copo outrora cheio de qualquer bebida forte, só resta o aguaceiro do gelo derretido. Acabou tudo. Meu templo foi violado, meu corpo foi profanado e minha alma descoberta. Meu coração não mais me pertence. Ele foi covardemente invadido e é refém do que está por vir. Me amaldiçôo por ter tido o direito de escolha e por ter me abstido deste. Perdi porque quis perder. Me sabendo derrotada e ainda arquejando, ouso suplicar por piedade mas o que ouço são apenas sussurros sarcásticos: se entregue, você perdeu! Definitivamente faz-se noite na minha vida e deixo, de uma vez por todas, a escuridão me devorar. "
(Bb)

Publicado em http://www.bblinda.blogger.com.br, 18/06/2004