Dedicatória ao Meu Momento: De Bb para mim...
"Não me defina porque sou uma incógnita. Sou um ponto de interrogação ou qualquer coisa que se assemelhe a isso. Que seja! Observo ao meu redor uma imensidão de segurança, conforto e exatidão. Mas isso não me compra e isso não me basta. Sou insatisfeita com tudo e não tenho paciência para reverter isso. É, é isso... é paciência que me falta. Paciência para saber a hora certa de virar a mesa e mudar o curso das coisas. O imediatismo me consome sem cerimônia. Eu me sufoco em meus anseios e não vejo nada que me torne mais forte ou mais capaz de expurgar essa agonia e esse pranto. É como um mar vazio. Morto. Revolto, ao mesmo tempo que sem vida. Não sei como é possível que seja assim, mas tampouco me interessa. No labirinto de mim mesma, busco saídas e não as encontro. Quando avisto um ponto de fuga, não há caminho que me leve pra lá. Volto para aquele canto quente da sala, onde o chão já tem a forma do meu corpo. Por alguns momentos um fiasco de luz consegue me alcançar, mas os olhos não se acostumam mais com a claridade e o "enxergar" é dolorido. Então retorno ao cinza escuro que me rodeia. Estranhamente, ainda que derrepente, não busco mais nenhuma resposta coerente. Nesses instantes, sequer busco alguma resposta. É porque dentro de mim germina algo novo e eu sei que o oxigênio que me supre é insuficiente para que o novo vingue. Corro, grito, me desespero. Choro por mim e me castigo por isso. Percebo que ainda que eu me agarrasse àquele único suspiro restante, de nada mais adiantaria. E tudo começa a fazer sentido... É perfeitamente compreensível agora: eu vivo por sobre uma linha tênue que separa a acomodada razão da intensidade dos meus sentimentos insanos desmedidos. Mesmo que eu encontre em mim o abrigo acolhedor, este não me acolheria com os abraços que preciso. É porque já é tarde demais e o inevitável aconteceu. Mais uma vez ignorei a única coisa que me protegia e me tornei uma presa fácil para o meu eu predador. Resigno-me. Sei que não existe nenhuma arma que vença essa batalha. Estou cansada e sem forças. Fico inerte observando a fumaça do cigarro subindo para uma ida sem volta e invejo isso. No copo outrora cheio de qualquer bebida forte, só resta o aguaceiro do gelo derretido. Acabou tudo. Meu templo foi violado, meu corpo foi profanado e minha alma descoberta. Meu coração não mais me pertence. Ele foi covardemente invadido e é refém do que está por vir. Me amaldiçôo por ter tido o direito de escolha e por ter me abstido deste. Perdi porque quis perder. Me sabendo derrotada e ainda arquejando, ouso suplicar por piedade mas o que ouço são apenas sussurros sarcásticos: se entregue, você perdeu! Definitivamente faz-se noite na minha vida e deixo, de uma vez por todas, a escuridão me devorar. "
"Não me defina porque sou uma incógnita. Sou um ponto de interrogação ou qualquer coisa que se assemelhe a isso. Que seja! Observo ao meu redor uma imensidão de segurança, conforto e exatidão. Mas isso não me compra e isso não me basta. Sou insatisfeita com tudo e não tenho paciência para reverter isso. É, é isso... é paciência que me falta. Paciência para saber a hora certa de virar a mesa e mudar o curso das coisas. O imediatismo me consome sem cerimônia. Eu me sufoco em meus anseios e não vejo nada que me torne mais forte ou mais capaz de expurgar essa agonia e esse pranto. É como um mar vazio. Morto. Revolto, ao mesmo tempo que sem vida. Não sei como é possível que seja assim, mas tampouco me interessa. No labirinto de mim mesma, busco saídas e não as encontro. Quando avisto um ponto de fuga, não há caminho que me leve pra lá. Volto para aquele canto quente da sala, onde o chão já tem a forma do meu corpo. Por alguns momentos um fiasco de luz consegue me alcançar, mas os olhos não se acostumam mais com a claridade e o "enxergar" é dolorido. Então retorno ao cinza escuro que me rodeia. Estranhamente, ainda que derrepente, não busco mais nenhuma resposta coerente. Nesses instantes, sequer busco alguma resposta. É porque dentro de mim germina algo novo e eu sei que o oxigênio que me supre é insuficiente para que o novo vingue. Corro, grito, me desespero. Choro por mim e me castigo por isso. Percebo que ainda que eu me agarrasse àquele único suspiro restante, de nada mais adiantaria. E tudo começa a fazer sentido... É perfeitamente compreensível agora: eu vivo por sobre uma linha tênue que separa a acomodada razão da intensidade dos meus sentimentos insanos desmedidos. Mesmo que eu encontre em mim o abrigo acolhedor, este não me acolheria com os abraços que preciso. É porque já é tarde demais e o inevitável aconteceu. Mais uma vez ignorei a única coisa que me protegia e me tornei uma presa fácil para o meu eu predador. Resigno-me. Sei que não existe nenhuma arma que vença essa batalha. Estou cansada e sem forças. Fico inerte observando a fumaça do cigarro subindo para uma ida sem volta e invejo isso. No copo outrora cheio de qualquer bebida forte, só resta o aguaceiro do gelo derretido. Acabou tudo. Meu templo foi violado, meu corpo foi profanado e minha alma descoberta. Meu coração não mais me pertence. Ele foi covardemente invadido e é refém do que está por vir. Me amaldiçôo por ter tido o direito de escolha e por ter me abstido deste. Perdi porque quis perder. Me sabendo derrotada e ainda arquejando, ouso suplicar por piedade mas o que ouço são apenas sussurros sarcásticos: se entregue, você perdeu! Definitivamente faz-se noite na minha vida e deixo, de uma vez por todas, a escuridão me devorar. "
(Bb)
1 comment:
Precaced by Bb
Bb said...
Tinne, querida.
Que honra imensa honra "prefaciar" seu blog.
Desejo que nesse cantinho vc extravase todas as suas divagações, todas suas felicidades, neuras, angústias... enfim. Que esse seja seu canto-re-canto. E que vc seja muito, muito, muito feliz nesse lugar.
Não esquece que te adoro.. de montão!Beijo da fã..
Bb
9:27 PM, Maio 30, 2005
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