Semana passada fui ao teatro, é sempre bom sentir a magia do teatro... Um dos meus vícios! Um Dia no Verão; com Renata Sorah, Silvia Boarque, Gabriel Braga Nunes, Fernando Eira / Texto de Jon Fosse e Tradução de Lya Luft. Apesar do título, o drama da mulher prostrada na janela acontecera numa noite estranha de outono e se repete todos os dias há mais de vinte e cinco anos. Como muitas que conheço, e com certeza ainda vou conhecer, lá estava a jovem senhora esperando o dia em que seu homem amado retornaria_ é claro que ele nunca voltou! Adorei o cenário, tinha chuva de água de verdade e o mar tão grande quanto perto dos olhos do público. O texto trazia em si aquilo que já faz parte do dia a dia da minha profissão, o sofrimento. Antes do sujeito desaparecer ele sentia uma inquietude sem explicação, lembrei-me da minha, mas ele ainda tinha um amor que eu desconheço.
Quando saímos minha irmã me perguntou por que eu não escrevia peças de teatro. Disse a ela que um dia o farei. Ah! Não me faltam idéias e palavras, me falta coragem e disciplina. De repente uma mulher grita: “_ Minhas pernas estão bambas, eu to passando mal! Acho que vou vomitar... Me conta isso direito! O que aconteceu? Ele ficou com você? Eu estou muito nervosa, não acredito! (...) Ele passou a mão na sua perna? Você ficou com o meu namorado?.” Num tom irônico minha irmã pediu pra eu ir lá socorrer a moça. Eu disse estar fora do meu horário de trabalho e ri. Rimos juntas do clima de poesia estragado pela dura realidade de uma mulher ao celular.
É isso, a gente nunca sabe mesmo se um homem está entregue por inteiro ao nosso amor. Um desaparece no mar, passara a maior parte do seu tempo num barquinho de madeira até nunca mais voltar. O outro, mesmo namorando, gasta seu tempo livre investindo em outras mulheres _ Cheguei a pensar que a namorada e a amiga poderiam ter armado tudo para ele cair nesta armadilha comprovando sua instintiva infidelidade. Coitada destas mulheres, estes homens são uns egoístas e só pensam mesmo neles quando agem! Hum... Sabe que às vezes um egoísta faz falta? Mas eu não gosto de janelas e nem ratoeiras! (rsrsrsrs...)
Tinne Fonseca _ A Imperatriz ; julho 2007
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