Wednesday, August 17, 2005

As Razões do Amor

Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões...
Ele é como a rosa: " A rosa não tem 'porquês', Ela florece porque florece".
"As sem razões do amor."...
"Não precisa ser amante, e nem sempre saber sê-lo."
Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás.Se fosse assim eu flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus getstos e amante me faltassem, ele morreria como a floar arrancada da terra...
O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada e deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo.
"Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamento vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo..."
Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos....
A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco.
O amor será isto: um soco que o descohecido me dá?
Ao apaixonado a decifraçõa desta língua está proíbida, pois se ele a entende, o amor se irá.
Foi assim que o paraízo se perdeu: quando o amor, não contente coma sua felicidade, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que a sua felicidade só pode existir na ignorancia de suas razões...
Quero decifrar sua língua. Procuro as cem razões para o amor...
Imagiem que um apaixonado fizesse essa pergunta a sua amada: "Que é que eu amo quando te amo?" Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela o segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amda o amante está amando uma outra coisa que não é ela. ...
"O que amamos é sempre um símbolo."
Daí a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra.
Variações sobre a impossível pergunta: Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo. Amo uma outra coisa, que não conheço, mas que me parece ver aflorar no teu rosto. Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela. Teu corpo é a lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios... Por isto te amo, pelos peixes encantados...
Mas eles são escorregadios, os peixes. Fogem. escapam. Escondem-se. Zombam de mim. Deslizam entre meus dedos. Eu te abraço para baraçar o que me foge. Ao te possuir alegrome na ilusão de os possuir...
Mas, por ser graça _ que desceu sobre ti, sem razões, da mesma forma como desceu pode de novo partir. se isto acontecer deixarei de te amar. E minha busca recomeçará de novo...
Esta é a dor que nenhum apaixonado suporta. A paixão se redusa a saber que o rosto da pessoa amada (presente) apenas sugere o obscuro objeto do desejo (ausente). A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa...
"O amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética."
Temos agora a chave para compreeender as razões do amor: o amor nasce, vive e morre pelo poder _ delicado _ da imagem poética que o amante pensou ver no rosto da amada...


Ruben Alvez

No comments: