Percebi que estou me encontrando agora com o peso dos meus trinta anos, embora tendo sido completados a mais de um ano e meio...
Mês passado me deparei com meu primeiro fio de cabelo branco no monte negro de minha cabeleira lisa que me toca a cintura. Sem grande surpresa, meus amigos já os manifestavam e eu sabia que estava demorando a chegar este dia. Alguns cobravam isso quase como se eu estivesse sofrendo uma entrada tardia na puberdade. Fiquei meio feliz, fazendo planos pra me deixar com longos e respeitosos fios de prata.
Há seis meses me encontrei com o diagnóstico de Diabetes. Confesso que não acredito que seja verdade, mas tomo os remédios diariamente para me livrar das injeções de insulina. Mesmo me sentindo jovem, hoje me deparei com a triste verdade de que estou manifestando uma doença que pode me matar aos poucos. Cada vez mais meu corpo dói sem motivo aparente, penso que tudo é só uma questão de sobrepeso... Sob o olhar da possibilidade desta morte lenta eu refletir meus atos até então nunca não levados em consideração, tomei consciência de que homeopaticamente eu começo definhar.
Meu rosto nas fotos já não é mais o mesmo. Apesar da cara da menina que ainda não terminou de crescer, de eu passar sempre pela mais nova da turma ou ter que mostrar a carteira de identidade para provar o ano do meu nascimento, minha bochecha está murchando, meus olhos estão ficando inchados e arredondados e a pele já apresenta alguma flacidez. Algumas linhas do meu rosto estão ficando marcantes. Rugas finas e profundas, assim como algumas frustrações que podem estar por vir.
Meu ventre não tem muito tempo hábil para engravidar, talvez três ou quatro anos. Ao considerar que completei a maior idade há quatorze anos atrás e ainda não me encontrei com a espécie do sexo masculino capaz de dar-me um filho, será que nos próximos cinco anos eu já terei procriado? Minha sina pode ser passar o resto da minha vida cuidando dos filhos dos outros. Meus sobrinhos, meus afilhados, meus pacientes, os filhos dos meus amigos... Tenho a esperança de poder adotar uma criança quando eu estiver morando sozinha!
Outro ponto, minha própria casa deveria ser esta que não é a dos meus pais. Aqui estou sob as regras dos meus “velhos cansados pais” e tendo que conviver com os meus “jovens adultos irmãos”. Uns entrando no mercado de trabalho e outros saindo dele. E eu mais ou menos estabelecida com meu próprio negócio, autônomo e sem estabilidade... Eu pago as minhas contas ou as que meus pais não fazem questão de pagar, é claro! _ Discurso hipócrita que repito pra quem quiser ouvir e pra a mim mesma diariamente.
Todo dia o mesmo carro, estou querendo mudar de carro este ano. Comprar um carro zero foi uma das grandes emoções dos meus vinte e poucos anos. Eu nem acredito que eu ainda continuo exatamente com mesmo carro daquela época! Este ano eu compro meu Jeep-Eco-Sport. Quem me dera... Vou comprar longo um cedan-class para ficar um tempão com ele e manter a imagem de “senhorita” de respeito.
Estou voltando no tempo, me tornando nostálgica, chorando em filmes, querendo aprender a cozinhar pratos exóticos, ouvir o barulho dos pássaros, cuidar das flores do jardim e ficar apenas apreciando a natureza. Na verdade eu gosto mesmo de tudo o que é novo: viagens, acampamento, trilhas, cachoeira, forró, shows, rock-in-roll, hip-hop, Rap, música eletrônica, trance... Pensando bem, faz um tempão que eu não freqüento estes lugares “moderninhos”. Ultimamente tenho freqüentado livros sobre filosofia, psicologia, religião, poemas, romances... E sinto a gota quente de sangue do amor e da dor descrita neles como partes de minhas estórias. Isso sem falar nos livros sobre mulheres em crise existencial e relacionamentos amorosos. Credo! Estou quase como uma tartaruga que vive mais de cem anos, porém apenas sábia, porque elas precisam viver muito tempo e eu apenas necessito ler bons livros.
Não são apenas as pessoas desconhecidas que tem dificuldade para perceber a minha idade, os homens com quem eu me relacionei também não enxergaram que eu poderia ter envelhecido muito antes deles. Embora alguns pareçam mais velhos que eu. Conhecer gente nova é sempre muito bom, mas eu acabo sempre conversando com o mais novo do lugar... Isso já está me incomodando. Tento mudar isso, mas não consigo e nem eles! Estou formada há oito anos e, como dizem minhas amigas, eu ainda vivo no circuito universitário.
Mês passado me deparei com meu primeiro fio de cabelo branco no monte negro de minha cabeleira lisa que me toca a cintura. Sem grande surpresa, meus amigos já os manifestavam e eu sabia que estava demorando a chegar este dia. Alguns cobravam isso quase como se eu estivesse sofrendo uma entrada tardia na puberdade. Fiquei meio feliz, fazendo planos pra me deixar com longos e respeitosos fios de prata.
Há seis meses me encontrei com o diagnóstico de Diabetes. Confesso que não acredito que seja verdade, mas tomo os remédios diariamente para me livrar das injeções de insulina. Mesmo me sentindo jovem, hoje me deparei com a triste verdade de que estou manifestando uma doença que pode me matar aos poucos. Cada vez mais meu corpo dói sem motivo aparente, penso que tudo é só uma questão de sobrepeso... Sob o olhar da possibilidade desta morte lenta eu refletir meus atos até então nunca não levados em consideração, tomei consciência de que homeopaticamente eu começo definhar.
Meu rosto nas fotos já não é mais o mesmo. Apesar da cara da menina que ainda não terminou de crescer, de eu passar sempre pela mais nova da turma ou ter que mostrar a carteira de identidade para provar o ano do meu nascimento, minha bochecha está murchando, meus olhos estão ficando inchados e arredondados e a pele já apresenta alguma flacidez. Algumas linhas do meu rosto estão ficando marcantes. Rugas finas e profundas, assim como algumas frustrações que podem estar por vir.
Meu ventre não tem muito tempo hábil para engravidar, talvez três ou quatro anos. Ao considerar que completei a maior idade há quatorze anos atrás e ainda não me encontrei com a espécie do sexo masculino capaz de dar-me um filho, será que nos próximos cinco anos eu já terei procriado? Minha sina pode ser passar o resto da minha vida cuidando dos filhos dos outros. Meus sobrinhos, meus afilhados, meus pacientes, os filhos dos meus amigos... Tenho a esperança de poder adotar uma criança quando eu estiver morando sozinha!
Outro ponto, minha própria casa deveria ser esta que não é a dos meus pais. Aqui estou sob as regras dos meus “velhos cansados pais” e tendo que conviver com os meus “jovens adultos irmãos”. Uns entrando no mercado de trabalho e outros saindo dele. E eu mais ou menos estabelecida com meu próprio negócio, autônomo e sem estabilidade... Eu pago as minhas contas ou as que meus pais não fazem questão de pagar, é claro! _ Discurso hipócrita que repito pra quem quiser ouvir e pra a mim mesma diariamente.
Todo dia o mesmo carro, estou querendo mudar de carro este ano. Comprar um carro zero foi uma das grandes emoções dos meus vinte e poucos anos. Eu nem acredito que eu ainda continuo exatamente com mesmo carro daquela época! Este ano eu compro meu Jeep-Eco-Sport. Quem me dera... Vou comprar longo um cedan-class para ficar um tempão com ele e manter a imagem de “senhorita” de respeito.
Estou voltando no tempo, me tornando nostálgica, chorando em filmes, querendo aprender a cozinhar pratos exóticos, ouvir o barulho dos pássaros, cuidar das flores do jardim e ficar apenas apreciando a natureza. Na verdade eu gosto mesmo de tudo o que é novo: viagens, acampamento, trilhas, cachoeira, forró, shows, rock-in-roll, hip-hop, Rap, música eletrônica, trance... Pensando bem, faz um tempão que eu não freqüento estes lugares “moderninhos”. Ultimamente tenho freqüentado livros sobre filosofia, psicologia, religião, poemas, romances... E sinto a gota quente de sangue do amor e da dor descrita neles como partes de minhas estórias. Isso sem falar nos livros sobre mulheres em crise existencial e relacionamentos amorosos. Credo! Estou quase como uma tartaruga que vive mais de cem anos, porém apenas sábia, porque elas precisam viver muito tempo e eu apenas necessito ler bons livros.
Não são apenas as pessoas desconhecidas que tem dificuldade para perceber a minha idade, os homens com quem eu me relacionei também não enxergaram que eu poderia ter envelhecido muito antes deles. Embora alguns pareçam mais velhos que eu. Conhecer gente nova é sempre muito bom, mas eu acabo sempre conversando com o mais novo do lugar... Isso já está me incomodando. Tento mudar isso, mas não consigo e nem eles! Estou formada há oito anos e, como dizem minhas amigas, eu ainda vivo no circuito universitário.
Tinne Fonseca _ A Imperatriz
Primeiro de janeiro de 2007
1 comment:
amiga, te amo! feliz 2007 pra vc e que nossa amizade só se solidifique sempre.
beijooo
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