Friday, January 06, 2006

Sozinha

Solidão é um bicho esquisito
Tão esquisito quanto amar alguém
Será que alguém vive realmente sozinho?
Será que se ama de verdade?
Nos condicionamos a estarmos juntos...



Quem me faz companhia nesta noite é Piagentini,
Seco, tinto de mesa _ 1930
E meu fiel personal e quase perfeito amigo
aquele que computa tudo o que se passa,
Câmera, tela, teclado, fone de ouvido, microfone
São estes meus parceiros para mas esta noite sozinha
e Eu trancada em mim mesma



Conheço muita gente neste mundo, não nego
Ouço atenciosamente e sou ouvida por muitas pessoas,
Guardo segredos invioláveis, vontades secretas incontroláveis
Sinto-me responsável por aquilo que cativo, cuido
Sou querida e assediada, queria ser ainda mais
Porém sempre me encontro com longos momentos de solidão



Sinto a imensa falta de uma paixão, um Paixão
Alguém para me surpreende e aquecer o corpo e a alma
Para ser minha fonte de inspiração e desejo
Triste é saber que não haverá um encontro
Ainda pior quando for apenas de carne
Sem sentimento e sem sentido,
Opressor e oprimido



Nestas horas eu queria ser homem, não mulher
Poder sair na noite e sentar num bar mesmo só
Entrar num lugar para dançar até o dia clarear
E investir em alguém para se deitar sem parecer vulgar
Mulheres precisam estar sempre em pares
Sozinhas nós não vamos nem ao banheiro



Falsa e estúpida liberdade de uma mulher solteira
É isso que me faz estar aqui hoje, sem eira nem beira
Alimentando sonhos e pensando bobeira
E quando eu acordar, sem ninguém ao meu lado
Vou me lembrar de cuidar da minha beleza, externa é claro
Por ninguém tem se importado comigo além do meu belo par de seios.



A Imperatriz - Tinne Fonseca

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